Enquanto o amarelo do dia se vai,
Enquanto em tons laranja o sol se deita
O outro lado do céu se veste de azul
E, do fraco ao intenso, a noite se faz.
Nessa hora do dia tudo fica claro
Apesar da escuridão que se anuncia.
Tudo o que é oposto se estabelece
Claro e escuro, quente e frio, dia e noite
Nesses minutos marcam seus limites
E na comunhão celestial
mostram sua fronteira de luz
O poder viril do sol agora se quebra
E sobre nós reina a feminilidade.
Dois astros imperiais fadados à solidão
Tão próximos, tão distantes...
Dois extremos buscando a união
Dois amantes esperando uma ocasião.
E quando enfim no eclipse
Quando enfim o abraço cósmico
A Terra se esquecem de olhar
E, insignificantes, contemplamos
O encontro, um brinde da paixão.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Morrer
Morro
Morro é rei
No morro morrerei.
Moro no morro,
Vivo no morro,
Morro no morro.
- No morro morrerei.
Morro é ser
Morrer, esmorecer
Ex-morro é “ser”.
Morro é rei
No morro morrerei.
Moro no morro,
Vivo no morro,
Morro no morro.
- No morro morrerei.
Morro é ser
Morrer, esmorecer
Ex-morro é “ser”.
Deserto
Meu caminho não é de tijolos
Muito menos tijolos amarelos.
Eu ando descalço na terra.
Os pés já calejados
Desviam das pedras que encontro,
Autônomos de tanto andar.
A poeira do vento me arranha,
O sol escalda meus cabelos desgrenhados,
O suor venda meus olhos,
Mas o desejo me impede de parar.
O calor me ilude por entre a areia
A sede deixa minha alma árida
Mas enquanto houver verde
Vida no solo do meu coração
Jamais vou desertar
Muito menos tijolos amarelos.
Eu ando descalço na terra.
Os pés já calejados
Desviam das pedras que encontro,
Autônomos de tanto andar.
A poeira do vento me arranha,
O sol escalda meus cabelos desgrenhados,
O suor venda meus olhos,
Mas o desejo me impede de parar.
O calor me ilude por entre a areia
A sede deixa minha alma árida
Mas enquanto houver verde
Vida no solo do meu coração
Jamais vou desertar
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Fados, vinhos e amores
- Até amanhã – sussurrou em seu ouvido após um longo e apaixonado beijo sobre a soleira da porta de entrada, que nesse caso servia de saída.
Por mais difícil que fosse a despedida, por mais que o desejo de ficar exalasse por seus poros, ela seguiu em frente, vigiada pelos olhos do amado até dobrar a esquina, onde se tornou apenas um rastro de perfume.
Fechou a porta e seguiu em direção a poltrona de couro – ainda com cheiro do amor que minutos antes fizera. Sentou-se, encheu sua taça com o que sobrou da garrafa de vinho – lembranças de sua amada o faziam sorrir – colocou para tocar um bom fado portugês, e morreu de amor.
Por mais difícil que fosse a despedida, por mais que o desejo de ficar exalasse por seus poros, ela seguiu em frente, vigiada pelos olhos do amado até dobrar a esquina, onde se tornou apenas um rastro de perfume.
Fechou a porta e seguiu em direção a poltrona de couro – ainda com cheiro do amor que minutos antes fizera. Sentou-se, encheu sua taça com o que sobrou da garrafa de vinho – lembranças de sua amada o faziam sorrir – colocou para tocar um bom fado portugês, e morreu de amor.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
A chuva é pra chover
O que é, o que é
Cai em pé e corre deitado?
A chuva, a chuva...
A chuva é pra lavar a rua, a alma
Molhar a planta que dá sombra
Planta que dá fruto, dá beleza
Que beleza. A chuva.
A chuva é só de água
Água de lavar, de molhar,
Água de beber.
Não arranha, não machuca, não dói.
A chuva é do meu quintal
É choro de alegria do céu
É pra correr na chuva,
Tomar banho, brincar, beijar
- Molhadinho
A chuva não é de nada
Só come marmelada.
A chuva é neve de verão
É rio que vai passear.
Presente das nuvens de algodão
E de água. A chuva é só de água
A chuva é minhoca de pára-quedas
A chuva é de cair, a chuva é de chover
CHOVER CHUVA
h h
u o
v v
e a
Cai em pé e corre deitado?
A chuva, a chuva...
A chuva é pra lavar a rua, a alma
Molhar a planta que dá sombra
Planta que dá fruto, dá beleza
Que beleza. A chuva.
A chuva é só de água
Água de lavar, de molhar,
Água de beber.
Não arranha, não machuca, não dói.
A chuva é do meu quintal
É choro de alegria do céu
É pra correr na chuva,
Tomar banho, brincar, beijar
- Molhadinho
A chuva não é de nada
Só come marmelada.
A chuva é neve de verão
É rio que vai passear.
Presente das nuvens de algodão
E de água. A chuva é só de água
A chuva é minhoca de pára-quedas
A chuva é de cair, a chuva é de chover
CHOVER CHUVA
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
O avesso dos ponteiros
terça-feira, 17 de novembro de 2009
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