Eu sou a inconstância,
A contradição posta em prática,
A constante mutabilidade
Das coisas volúveis.
Sou o devir rejuvenescido.
No rio de Heráclito me banho
E já não sou mais...
Já não sou mais.
Quando fui – pretérito –
Hoje não sou mais presente
E também não mais serei futuro.
Eu sou a inconstância das coisas constantes,
A exceção da regra absoluta,
A contradição da vida monótona,
O átomo instável
Que não procura ligação.
Eu sou a inexplicável exceção,
O relógio anti-horário,
O tempo anti-relógio
“meu tempo é quando”
E eu já não sou mais.
- Sou a inconstante contradição
(Já não sou mais)